“O grande LEVIATÃ chamado de REPÚBLICA ou ESTADO […], que não é senão um Homem Artificial, embora tenha maior estatura e força que o homem natural, para cuja proteção e defesa foi planejado; nele, a Soberania é a Alma Artificial que tem a finalidade de dar vida e movimento a todo o Corpo; os Magistrados e outros Funcionários do Judiciário e do Executivo são as Juntas artificiais; as Recompensas e Punições (pelas quais, ligadas ao trono da Soberania, são movimentadas todas as juntas e os membros para que cumpram seus deveres) são os Nervos, que, no Corpo Natural, fazem o mesmo; a Prosperidade e as Riquezas de todos os membros particulares são a sua Força; o Sal us Poli (a segurança do povo), o seu Negócio; os Conselheiros, por quem todas as coisas que ele precisa saber a ele são sugeridas, são a Memória; a Equidade e as Leis são a Razão e a Vontade artificiais; a Concórdia é a Saúde; a Sedição, a Doença; e a Guerra Civil, a Morte. Por fim, os Pactos e os Acordos, a partir dos quais as partes desse Corpo Político foram inicialmente construídas, agregadas e unidas, são semelhantes àquele Fiat, Faça-se o homem, pronunciado por Deus na Criação.”
Um dos maiores clássicos da filosofia política, o Leviatã – ou matéria forma e poder de um Estado eclesiástico e civil é considerado um dos primeiros e mais influentes tratados acerca da teoria do contrato social.
A partir de uma profunda análise da natureza humana, Hobbes propõe uma reestruturação da sociedade baseada em um contrato social e no governo de um soberano absoluto.
Produzido na efervescência da Guerra Civil Inglesa, este livro tornou-se um ícone do pensamento político moderno, centrado em um modelo de obediência à autoridade.