No dia 20 de agosto de 1700, em Salvador, na Bahia, "a negra Páscoa, hoje forra, que foi cativa de Francisco Alvares Távora", nascida em Angola, é presa pela Inquisição. Em seguida, é levada para Lisboa, em mais uma travessia forçada do Atlântico para ser submetida aos interrogatórios implacáveis do tribunal do Santo Oficio. A acusação: crime de bigamia. Casou-se no Brasil, sendo que seu primeiro marido ainda estava vivo em Angola. É o que concluíra a minuciosa investigação, iniciada sete anos antes, percorrendo três continentes. A partir de uma pesquisa histórica baseada no processo inquisitorial de Páscoa Vieira, conservado há trezentos anos nos arquivos eclesiásticos de Portugal, e em uma série de outras fontes de época, o livro oferece um impressionante panorama das sociedades escravistas do Atlântico sul – do Brasil e de Angola –, revelando o incisivo papel da Igreja nesses contextos. Com vasto conhecimento sobre o Brasil colonial, a historiadora francesa Charlotte de Castelnau-L’Estoile narra, antes de mais nada, o destino de uma africana que enfrentou, com valentia, as violências impostas pela escravidão. Nesse caminho, o que se destaca é a voz de Páscoa Vieira, que mesmo presa nos porões inquisitoriais, submetida ao medo e a repetidas sessões de interrogatório nunca se dobrou frente aos juízes da Inquisição. É, portanto, uma trajetória de força e resistência que descobrimos neste livro.
Descrição
Informações adicionais
Autor | Castelnau-L'Estoile, Charlotte de |
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Tradutor | Não |
Ano de Edição | 2020 |
Editora | Bazar do Tempo |
ISBN | 9786586719284 |
Ano | 2020 |
Edição | 1 |
Origem | Brasil |
Formato | 21 x 14 x 2.3 cm |
Encadernação | Brochura |
Idioma | Português |
País | Brasil |
Páginas | 280 |
Altura | 21 |
Comprimento | 14 |
Largura | 2.3 |
Peso | 0.4 |
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