É de Fernando Pessoa a frase em tom de paradoxo: Nenhum livro para crianças deve ser escrito para crianças. Vale a pena repeti-la a propósito desta Pequena Biblioteca para Crianças em que Dirce Waltrick do Amarante convida pais, professores e uma legião de curiosos a ampliarem, na condição de leitores, os limites impostos ao repertório infantojuvenil pela homogeneização comercial e pedagógica. Os textos da autora distinguem-se pela qualidade dos comentários sobre sua pequena biblioteca, apoiados em referências precisas a escritores, críticos e teóricos de primeira linha, e, em particular, pela reflexão exercida sobre uma questão cada vez mais urgente: a necessidade de redefinir o que entendemos por criança e infância. O significado de infans o que não sabe falar parecer voltar como um boomerang irônico sobre os adultos de hoje. É preciso acrescentar ainda que a redefinição proposta neste livro encontra-se implícita em boa parte dos textos literários recomendados. Tal abertura apoia-se, por exemplo, na edição brasileira para o público infantojuvenil do humor erótico-libertário de Boccacio, dos mitos maias do Popol Vuh, na adaptação de Poe por Clarice Lispector, no fascínio dos Wilhelm (Hauff e Busch), no jogo lúdico-corrosivo de Kurt Schwitters, na versão do Finnegans Wake de Joyce (Finnício Riovém), este play-ground da cultura, conforme Harry Levin. Neste sentido, caminham as sugestões da autora para a inclusão de leituras como os mitos indígenas de Makunaíma e Jurupari, os contos de Péricles Prade e pela iniciação em Shakespeare muito bem guiada por Charles e Mary Lamb. Duda Machado
Descrição
Informações adicionais
Autor | Amarante, Dirce Waltrick Do |
---|---|
Tradutor | Não |
Ano de Edição | 2013 |
Editora | Iluminuras |
ISBN | 9788573214130 |
Ano | 2013 |
Edição | 1 |
Origem | Brasil |
Formato | Livro |
Encadernação | Livro brochura (paperback) |
Idioma | Português |
País | BR |
Páginas | 107 |
Altura | 23 |
Comprimento | 16 |
Largura | 0.6 |
Peso | 0.166 |
Comentários